Método Michelangelo para aprender a ouvir.
Você está preparado para ouvir uma boa história?
Texto compilado especialmente para você, por:
Valéria Tonietto
Fórmer Soluções em Arquitetura & Mercado Ltda.
valeriatonietto@icloud.com
Fórmer Soluções em Arquitetura & Mercado Ltda.
valeriatonietto@icloud.com
Inspirada pela publicação "Você sabe contar histórias?", lembrei-me de uma que me marcou profundamente: O Método Michelangelo.
A história é a seguinte: Um benfeitor local perguntou a Michelangelo, assim que ele terminou de esculpir a estátua de Davi: “Como você sabia a forma de esculpir Davi? Não consigo entender”. E Michelangelo, sendo um homem direto e sincero, prontamente respondeu: “Ora, Davi sempre esteve ali no mármore. Simplesmente retirei tudo o que não era Davi”.
Pelas vivências de diversos encontros Brasil afora com empresários e suas equipes de vendas, logística e prestadoras de serviços, escolhi escrever algo sobre os sentidos. (Aqueles que aprendemos quando criança... os 05 sentidos)
Especialmente sobre a audição. O ouvir. O saber ouvir. O se dar tempo para ouvir de verdade o que outro está falando ou tentando nos dizer e muitas vezes não ouvimos.
Voltando na linha do tempo, vale lembrar que a visão, seguida da audição, foram os dois sentidos que nos mantiveram vivos durante a evolução da raça humana. Não tínhamos como saber se a caça, um inimigo ou predador se aproximava quando não o enxergávamos. A saída era ouvir! E a técnica mais eficaz era: ouvidos ao chão! E sabíamos ouvindo, medir inclusive a distância que estava... ouvíamos também o vento, os trovões e todos os sinais da natureza.
Saltando na linha do tempo para o agora, nos encontramos quase sempre "ensurdecidos" por tanto barulho a nossa volta e por tantos "alertas" sonoros que nos roubam a atenção e a concentração. É o bloco de mármore que esconde a obra prima.
Aqui estamos no século XXI, cheios de máquinas que fazem de um tudo, mas ainda não nos substituem, embora os estudiosos sobre futurismo fazem previsões claras sobre isto.
Em meu trabalho de capacitação de gestores e equipes comerciais e de serviços, encontro pessoas cada vez mais alertas aos sinais sonoros, (bloco de mármore), e adormecidas para os momentos de vida e histórias das pessoas que as cercam (obra prima).
Quantas histórias e momentos de vida você saberia contar de um grupo de dez clientes ou colegas de trabalho?
Acompanho as pesquisas sobre Os novos jeitos de morar, (publicada pela Casa Cláudia) e Os estilos de vida, (publicada pela Schattdecor), e todas indicam um movimento acentuado de mudanças que atingem as pessoas e suas residências e locais de trabalho. Estimulada por estes dados e pela experiências com as pessoas das marcas que atuo, descrevi os Momentos de vida do cliente, que revelam as fases da vida de uma pessoa, que nada mais são que as diferentes etapas de suas histórias.
Se não soubermos perguntar a coisa certa, certamente não saberemos ouvir a revelação mágica!
Que história ajudaremos a construir se não soubermos quem são os personagens, o cenários deles, os amigos que serão convidados para este cenário e as experiências que pretendem viver ali ?
Saber ouvir para perceber a história do nosso cliente, carregadas de detalhes, de emoção e expectativas, nos leva a perceber o que tem valor para ele. “A obra prima”.
A coisa certa para o cliente certo, na hora certa, nasce no ouvir a sua história! E isto não tem preço!
Percebo com frequência a dificuldade que as empresas tem, cada um na sua esfera de atuação, para ouvir o mercado, o cliente interno e o externo.
Em Jogue fora 50 coisas de Gail Blanke, a autora propõe: Livre-se da bagunça, simplifique seu dia a dia e torne sua vida mais feliz.
Vejo no nosso dia a dia a mesma cena, estamos tão atentos ao bloco de mármore que perdemos a capacidade de perceber a obra de arte que está nele.
Se um cliente nos pede uma cadeira, saímos mostrando as diversas cadeiras que temos, sem nos darmos conta que ele está buscando uma solução para fazer parte de um momento de vida, e cadeira foi o que ele encontrou de mais claro para nos explicar sua necessidade.
É neste momento que estimulo as entrevistas de caráter emocional, levando a pessoa a relatar as expectativas e necessidades de seu momento de vida, nos mostrando “o Davi” que está procurando.
Aprenda a tirar o excesso de mármore do seu bloco:
1. Desligue os alertas sonoros que os seus equipamentos por alguns dias. (É provável que chegue até a sonhar que o telefone está tocando....)
2. Elimine coisas que não lhe fazem bem. Ao fazer o que propõe Gail Blanke no seu roteiro Jogue fora 50 coisas, vai se deparar com a sua própria história . Isso certamente vai lhe ajudar a ouvir de forma diferente a outra pessoa na próxima conversa.
3. Ouça coisas que lhe dêem prazer. Pode ser a sua música preferida, uma palestra, uma mensagem... um amigo!
4. Experimente ouvir a natureza... Vento, chuva, animais, etc...
5. Acalme o ritmo interior. Só conseguimos ouvir de verdade quando "silenciamos" internamente. E aqui cabe uma citação de Linda Richardson, no seu livro Venda perfeita: "Construir uma relação pessoal com o cliente, é ouvi-lo e falar sobre ele, e não sobre você e o seu produto."
6. Equilibre o uso da tecnologia com o fato de ser gente! Encontre a dose certa! As máquinas nos servem e não o contrário. Precisamos da tecnologia, assim como precisamos ser "gente"!
É provável que se sinta estranho no primeiro momento...
Parabéns, você está voltando a ouvir! Se sentirá incomodado com os barulhos que nem percebia antes. E surpreso com o que conseguirá ouvir.
Está pronto para ouvir uma boa história? As pessoas ao seu redor tem várias para contar!
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