Método MacGyver de Inovação
Texto compilado especialmente para você por:
RONALD CAVAGNOLI SOARES
MacGyver (no Brasil, inicialmente, batizada como Profissão: Perigo) foi uma série de televisão americana exibida entre a década de 1980 a 1990. O título original da série tem o nome do protagonista, Angus MacGyver, um agente secreto que não usava armas e resolvia os seus problemas graças a conhecimentos científicos, materiais comuns ( sempre disponíveis no momento) e um canivete suíço que sempre carregava consigo.
Preso e jogado em um porão, o agente secreto Angus McGyver tem pouco tempo para tentar uma fuga antes que seus captores o executem.
Rapidamente ele percebe que o cano de uma caldeira poderia ser combinado com algumas velharias encontradas no local, como um cachimbo, pedaços de madeira, trapos e algumas pedras. Em minutos, utilizando apenas estes elementos, McGyver constroi um torpedo utilizado para derrubar uma parede e consegue evadir-se a tempo.
Em outros capítulos, este herói da série de TV "Profissão Perigo", dos anos 80, valia-se de conhecimentos científicos de engenharia, física e química para criar uma bomba com um extintor de incêndio, consertar um radiador furado com claras de ovos ou partir uma rocha com um laser solar construído com alguns rubís de um relógio de pulso e uma bacia. McGyver se valia apenas do que estivesse à mão para combinar os elementos, criando soluções aparentemente miraculosas.
O mais incrível é que os inventos de McGyver foram testados na série de TV atual Mythbusters (Caçadores de mitos) e, para surpresa dos céticos, revelaram-se todos factíveis.
QUER INOVAR? APRENDA A COPIAR.
Digite "inovação" no Google. Mais de quinze milhões de resultados em menos de meio segundo.
E quinze milhões de chances de você não obter ajuda alguma.
Centenas de experts vão te ensinar a meditar, fazer brainstorm, pensar fora-da-caixa (arghh), dar margem, make it fun e até a abrir seus chakras para que o universo possa conspirar a seu favor e libertar o gênio criativo que há em todos nós.
Algumas instituições criadas para aproveitar a onda chegam a inventar a inovação e definem, por exemplo, uma mudança no layout da fábrica como inovação, e blá, blá, blá.
Até mesmo o governo inventou um website voltado a fomentar a inovação. Então eles pedem para que você digite o que precisa inovar e eles te colocam em contato com pessoas que querem inovar. Ah, tá.
O conceito de inovação está sendo corrompido a tal ponto e causando tamanha confusão em nome do desespero de inovar, que para simplificar passou-se a chamar coisas que já fazíamos de inovação. Pronto. Já sou um inovador certificado.
Mas não é isso que queremos, certo, colega?
Então chega de pensar fora-da-caixa e vamos inovar.
A verdade é que a inovação é o resultado de um processo e este processo já foi identificado e medido. Basta copiar, transformar e combinar. Simples demais? Então vamos analisar os maiores inovadores nas principais áreas do conhecimento e entretenimento, aqueles que fazem milhões "inovando".
Inovação no cinema:
Ainda que você seja um cinéfilo de carteirinha é provável que todos os filmes que assistiu na vida se resumam a quinze histórias.
Veja o caso do maior sucesso dos últimos tempos, Avatar, que não passa de uma versão interestelar de Pocahontas, com pitadas de Duna, Um Homem Chamado Cavalo e Dança com Lobos.
Já o mega sucesso Star Wars, nada mais é que uma cópia de Flash Gordon misturada com cenas chupadas de alguns faroestes, Metropolis (a mulher de lata aparece em Star Wars como C3PO) e até o fofo R2D2 foi chupado de Corrida Silenciosa. Os filmes de Tarantino são colagens de dezenas de filmes.
O que fizeram James Cameron, Tarantino e George Lucas? Copiaram, transformaram e combinaram com outras ideias.
Inovação na Música.
Você gosta de Led Zeppelin? Então você adora Sony Boy Williamson, Howlling Wolf, Jake Holmes e tantos outros que tiveram suas canções chupadas pelo Led. A melódica-melosa Stairway to Heaven é uma cópia transformada de Taurus, da excelente banda Spirit. Bob Dylan copiou muito. O Hip-Hop então, é uma sequência interminável de mais do mesmo. Mas tacham de inovação e faturam milhões.
Inovação na Tecnologia:
Steve Jobs chegou a dizer que era um copiador compulsivo. Mas ele copiava, transformava e combinava criando produtos cada vez melhores. Veja que ele foi um dos últimos a lançar um smartphone. Anos antes eu já usava um Palm Tréo. O computador pessoal não foi inventado por Jobs e sim pela Xerox. Jobs apenas melhorou e popularizou. Thomas Edison não inventou a lâmpada, apenas patenteou um projeto de melhoramentos da lâmpada elétrica. Marconi "criou" o rádio depois de Landell de Moura.
O ato da criação está rodeado de mitos, disse Kirby Fergusson. Mitos de inspiração e de que a criação é matéria para gênios e surge como o acender de uma luz. Mas não é assim. A humanidade vem evoluindo com base em melhorar o que já existe sustentando a criação nestes três pilares:
Copiar - Transformar - Combinar.
Copie:
É como fazemos nas escolas. É copiando que aprendemos a dominar nossa área de conhecimento. Nada começa sendo original, precisamos copiar, copiar e copiar para fundamentar o conhecimento e o entendimento. Então se quer inovar, comece copiando.
Transforme:
Depois que copiou, crie variações. Muitas. Até que você tenha algo melhor. Watt ficou conhecido como pai do motor a vapor, consertando um motor à vapor de Thomas Newcomen e passando doze anos em melhorias. Transforme propondo melhoramentos.
Combine:
Agora é hora do salto criativo, combinar ideias. As suas ou as dos outros, mas só as melhores. Gutemberg inventou a imprensa simplesmente combinando elementos que já existiam há séculos. A internet foi se formando aos poucos por meio de muitas interconexões até que em 1991 Berners-Lee integrou a web. O sanduiche surgiu apenas porque alguém queria comer bife sem usar talheres e deixando uma das mãos livre.
Estes são os três elementos básicos da inovação e por meio deles é que temos praticamente tudo o que nos cerca.
Se você está disposto a inovar, muito além de discursos sem fundamento, então primeiro copie, mas copie bem, seja o melhor copiador. Depois transforme e crie variações exaustivamente. Finalmente combine com ideias semelhantes ou divergentes e entregue algo absolutamente inovador para a humanidade.
Isso não é só conversa. Eu já fiz exatamente isso para criar um software dramaticamente revolucionário em seu segmento, chama-se AmigoCRM (www.amigo-crm.com).
E antes que eu esqueça, esta matéria foi copiada, transformada e combinada.
Confira em http://everythingisaremix.info.
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